NOTA
Nós, leigos(as), religiosos (as) e padres reunidos com o Bispo Diocesano em Conselho de Pastoral da Diocese de Santíssima Conceição do Araguaia, na Chácara BOM PASTOR, no Município de Redenção para avaliar o nosso compromisso evangélico a serviço de Deus e seu Povo, queremos expressar a nossa indignação diante dos acontecimentos que feriram a nossa região nos últimos dias.
Os dias 19-21 de novembro de 2007 foram para tantas famílias da nossa região do Sul do Pará momentos trágicos inesquecíveis.
Uma operação policial de grande amplidão, chamada “Paz no Campo”, visando a preservar a paz em diferentes acampamentos e ocupações em vários Municípios da nossa Diocese provocou um forte desenvolvimento de forças armadas. É conhecida a infiltração de grupos armados marginais em vários acampamentos, como também a atuação de milícias armadas em várias fazendas da nossa região. Só podemos reconhecer a urgente necessidade de trabalhar pela paz protegendo as nossas populações em situação de risco.
Infelizmente, a violência que presidiu a esta operação na desocupação da Fazenda Forquilha, no Município de Santa Maria das Barreiras, tem desonrado as forças que a conduziram. Torturas físicas e morais, de que a nossa região tinha perdido o costume há muitos anos, reapareceram. Prisões arbitrárias e humilhações de tantos tipos se abateram sobre os membros do nosso povo sem discriminação alguma. Muitos inocentes foram desrespeitados e maltratados, como se todos fossem suspeitos de ser marginais, enquanto todos sabemos que a imensa maioria dessas pessoas são gente pobre e honesta, cujo próprio sonho de trabalhar no campo foi legitimado pela nossa legislação há muito tempo.
Será que não existe outro caminho para fazer reinar a “paz no campo” a não ser espalhando o terror e o rancor? Qual é a corporação do nosso país que não se deixou infiltrar por marginais, às vezes perigosos? Até aquelas que devem assegurar a ordem e o respeito da lei não escapam a esta chaga! Quem não vê que esses comportamentos, além de desonrar os seus autores, só afligem os inocentes, pois os autênticos culpados escapam na hora do perigo?
Estes acontecimentos manifestam mais uma vez o quanto a demora que macula o andamento da reforma agrária em nossas terras é capaz de gerar situações de gravidade irremediável. Na realidade, não pode existir paz sem justiça. Esquecer-se disso é ilusão ou mentira: só leva ao “terror no campo”.
Neste tempo que nos aproxima do Natal do Senhor “se manifesta a graça de Deus para a salvação dos homens. Que ela nos ensine a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, e a viver neste mundo com autodomínio, justiça e piedade!” (Carta de São Paulo a Tito, 2, 11-12).
Redenção, 25 de novembro de 2007.
Dom Dominique You
E os membros do Conselho Diocesano de Pastoral
Nós, leigos(as), religiosos (as) e padres reunidos com o Bispo Diocesano em Conselho de Pastoral da Diocese de Santíssima Conceição do Araguaia, na Chácara BOM PASTOR, no Município de Redenção para avaliar o nosso compromisso evangélico a serviço de Deus e seu Povo, queremos expressar a nossa indignação diante dos acontecimentos que feriram a nossa região nos últimos dias.
Os dias 19-21 de novembro de 2007 foram para tantas famílias da nossa região do Sul do Pará momentos trágicos inesquecíveis.
Uma operação policial de grande amplidão, chamada “Paz no Campo”, visando a preservar a paz em diferentes acampamentos e ocupações em vários Municípios da nossa Diocese provocou um forte desenvolvimento de forças armadas. É conhecida a infiltração de grupos armados marginais em vários acampamentos, como também a atuação de milícias armadas em várias fazendas da nossa região. Só podemos reconhecer a urgente necessidade de trabalhar pela paz protegendo as nossas populações em situação de risco.
Infelizmente, a violência que presidiu a esta operação na desocupação da Fazenda Forquilha, no Município de Santa Maria das Barreiras, tem desonrado as forças que a conduziram. Torturas físicas e morais, de que a nossa região tinha perdido o costume há muitos anos, reapareceram. Prisões arbitrárias e humilhações de tantos tipos se abateram sobre os membros do nosso povo sem discriminação alguma. Muitos inocentes foram desrespeitados e maltratados, como se todos fossem suspeitos de ser marginais, enquanto todos sabemos que a imensa maioria dessas pessoas são gente pobre e honesta, cujo próprio sonho de trabalhar no campo foi legitimado pela nossa legislação há muito tempo.
Será que não existe outro caminho para fazer reinar a “paz no campo” a não ser espalhando o terror e o rancor? Qual é a corporação do nosso país que não se deixou infiltrar por marginais, às vezes perigosos? Até aquelas que devem assegurar a ordem e o respeito da lei não escapam a esta chaga! Quem não vê que esses comportamentos, além de desonrar os seus autores, só afligem os inocentes, pois os autênticos culpados escapam na hora do perigo?
Estes acontecimentos manifestam mais uma vez o quanto a demora que macula o andamento da reforma agrária em nossas terras é capaz de gerar situações de gravidade irremediável. Na realidade, não pode existir paz sem justiça. Esquecer-se disso é ilusão ou mentira: só leva ao “terror no campo”.
Neste tempo que nos aproxima do Natal do Senhor “se manifesta a graça de Deus para a salvação dos homens. Que ela nos ensine a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, e a viver neste mundo com autodomínio, justiça e piedade!” (Carta de São Paulo a Tito, 2, 11-12).
Redenção, 25 de novembro de 2007.
Dom Dominique You
E os membros do Conselho Diocesano de Pastoral
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