Aconteceu na manhã desta quarta-feira
(02) uma reunião entre representantes do Sintepp e do Tribunal de Contas do
Estado do Pará (TCE) para discutirem sobre aulas suplementares.
Representantes do Sintepp e do TCE |
A reunião foi solicitada pelo
sindicato ao Presidente do TCE, Conselheiro Luis Cunha, considerando que havia
tomado conhecimento de uma manifestação prévia do Conselheiro Odilon Inácio
Teixeira, em um processo sobre aposentadoria, o qual ressaltou que “a simples
situação das horas situação das horas suplementares terem sido concedidas
quando da atividade do servidor não impossibilita sua retirada, em parte,
quando na atividade”.
Decisão esta que causou
preocupação, considerando que as aulas suplementares existem desde a década de
oitenta. Prevista no Estatuto do Magistério (Lei nº 5.351/1986, art. 31),
passando pelo PCCR (Lei nº 7.442/2010) e “regulamentada” através
da Lei nº 8.030/2014. E dessa forma, fazem parte do vencimento-base do
professor, já que incidem as demais vantagens, como gratificações de
magistério, de escolaridade, de titularidade e o adicional por tempo de
serviço, inclusive sobre os proventos de aposentadoria, conforme prevê a Lei
nº 8.030, de 21 de julho de 2014. E, portanto, não podem ser reduzidas
subitamente sob pena de ferir o princípio da irredutibilidade de vencimentos, inclusive,
com base em decisões desse Tribunal de Contas”.
Na
reunião, participaram pelo TCE, além do presidente, os conselheiros Odilon Inácio
Teixeira, Rosa Egídia Crispino Calheiros Lopes, Julival Silva
Rocha e Milene
Dias da Cunha; o Procurador Jurídico Roberto Reis e o Secretário de Controle
Externo Edelson Resque; e, ainda, o Procurador de Contas Guilherme da Costa Sperry
e o Subprocurador Patrick Bezerra Mesquita.
E
pelo Sintepp, participaram o Coordenador Geral Mateus Ferreira e o advogado
Walmir Brelaz.
O conselheiro
Odilon Teixeira esclareceu que não proferiu a decisão que lhe tinha sido atribuída
pelo Sintepp, já que o processo citado ainda está tramitando e não apresentou seu
posicionamento final.
Os
representantes do Ministério Público junto ao TCE, que participaram espontaneamente
da reunião, demonstraram conhecimento e preocupação sobre o caso, inclusive propondo
a realização de uma ampla discussão para debater sobre a questão.
Após
manifestações dos presentes, o presidente do TCE se comprometeu em sobrestar os
processos individuais de aposentadoria envolvendo aulas suplementares até
entendimento coletivo do Tribunal. E para isso, irá promover a realização de
uma reunião com representantes da Seduc, PGE, Igeprev, Sead e o Sintepp.
SEDUC e IGEPREV
retardam concessão de aposentadoria
Na reunião,
Mateus Ferreira denunciou a situação de servidores da Seduc que estão há muito
tempo aguardando decisões sobre suas aposentadorias. São aproximados 1.140
profissionais do magistério (professores e especialistas) e cerca de 3.350
servidores das atividades meio da Seduc. "São anos de espera, há professores que
estão há dez anos aguardando a portaria de aposentadoria, o que é um absurdo".
Esse
quadro de desrespeito do Estado com tais servidores acarreta grave
ilegalidade, uma vez que mesmo afastados do magistério os profissionais do magistério recebem
com o dinheiro do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb, o que não é permitido por
lei, uma vez que com a parcela mínima de 60% do Fundeb
somente os profissionais que efetivamente exerçam o magistério no âmbito da
educação básica pública. E tais servidores, se aposentados, deveriam receber
com o dinheiro do Igeprev. Trata-se de verdadeiro ato de improbidade
administrativa.
Prof. Cosmo Cabral aguarda sua aposentadoria há mais de cinco anos. |
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